No início da viagem, pensei que logo não ia chegar
Na estrada até lá, tropecei, cai, mas continuei a andar
Acreditei que quando estivesse perto um sinal ia brilhar
E quando finalmente chegasse; não cansada! Viajada!
Ia toda serelepe e alegre da minha jornada contar
Padecida no paraíso, seria realizada e amada.
Mas o sinal não brilhou e de repente lá estou
Sem todo o glamour que tanto confabulei
Tem um ar morno de uma manhã enfada
Não há também aquela alegria efusiva que ri do nada
Chega a ser bonito dependendo do ângulo
Pode até ser lírico; basta fingir que lá não se está
Ou pode-se agir como Diva afetada:
“- Não conheço bem a Matemática!”.
“- Não conheço bem a Matemática!”.
Ou ainda pode se mentir, coisa mais animada:
“- Acredita que nos trinta não cheguei
ainda?”.
Talvez o certo seja ficar na surdina
Vou fingi que não vi, nem ouvi pra não ter que dizer
Que lá cheguei quase do mesmo jeito
De quando essa jornada comecei.