"A medicina é o remédio para todas as dores humanas, apenas o amor é um mal que não tem cura." - Propércio
domingo, 4 de março de 2012
Dona de mim
E desde tenras mãos, forjei quem sou
Através da dor da tua forte ausência.
Gritando por olhos piedosos o medo
Silenciosa orando à Tua eloquência.
Buscando o perdão sempre ensinado
Para aqueles sem intenção de pecado
Daqueles que deviam amar e proteger
Conheci o desapego, o duro amanhecer
Dolorido e choroso que sempre se fazia
Nos cantos frios das paredes sombrias
O mal que me consumia e me convertia
A pureza em cinismo, e como atriz vivi
Fomentei minha maturidade sem idade
No olhar sem entusiasmo pela vida
Na conduta social esperada e contrita
No desejo de não ser notada primeiro
No desapego do que desde o começo
Não era meu, nem de alguém, nem Seu
Aos 'ninguéns' que sufoquei no abismo
Do coração e que o déficit de memória
Ajudou a sepultar junto com o pensar
De que podia e devia ter sido diferente
E que eu não precisaria tanto chorar
Nem sangue desnecessário derramar
Mas o que tem sido foi o que acontecido
Me fez quem sou e que me pertenço
Com augúrios e amores esquecidos
Com dores e momentos vividos.
sábado, 3 de março de 2012
Constatação
Quando nada mais supre, quando tudo que eu gostaria era apenas ter com quem dividir. Difícil é ter que esperar o teu tempo, quando que estarás pronta? Tento me por no teu lugar, tento ser complacente com tuas angústias mas elas sempre imaturas. Com a mesma proporção que apresenta independência, demonstra medo.
Mais uma vez estou aqui sozinha. E você, onde estás? Também sozinha. Tu fica sozinha aí e eu fico sozinha aqui, mas ó, a gente tá junta, viu?! Honestamente isso não é está com alguém. Sinceramente eu preferiria estar mil vezes sozinha, sem este compromisso velado, do que ter esse alguém que nunca vem, que nunca está, que nunca pode, que nunca se esforça.
Uma via de mão única. Um namoro a distância. Nunca chega ao ponto. Sempre disperso. Nosso relacionamento se resume a isso. Mas sabe o que é o pior, é que eu sempre sofro. Sempre me dói.
Não, eu não acredito mais em nós. Eu não acredito mais em você.
Sim, somos iguais. Nos gostamos, nos respeitamos, nos desejamos. Nem precisávamos gritar ao mundo isso. Só devíamos viver.
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