Sabe aqueles dias que acordamos e pensamos: “Que porra!”. Quanta coisa há nesta prática e útil palavra que se aplica a tudo e todos num dia ruim. Mas e aí? Okay, as pessoas que me chateiam são umas porras, as coisas que me deprimem são umas porras, uma vez dado nome aos bois, o que consola? No que ajuda? Nada! A não ser para mostrar que tudo está uma porra!
Num dia desses, peguei um livro que juro não ter, e dele extrai a máxima “Cada dia vai ser melhor!”, antes que eu dissesse “Que porra de livro!” resolvi dar uma chance a essas literaturas de auto ajuda e me perguntei se não era realmente este pensamento que deveria ter para mudar a porra do dia!
Tá certo, que o que me vem a mente depois que leio:
“Se está com o coração amargurado, oprimido, decida-se a mudá-lo, revertendo a situação. Não dê atenção à dor, à opressões e às frustrações de variados portes. Procure Sorrir sempre, por mais triste que possa estar se sentindo por dentro. Ao menos tente. Não perca o estímulo de viver. Faça da existência um belo e feliz estágio de aprendizado na Terra. Despeje um balde de água no lado da amargura.” Valdemir Barbosa
“Se está com o coração amargurado, oprimido, decida-se a mudá-lo, revertendo a situação. Não dê atenção à dor, à opressões e às frustrações de variados portes. Procure Sorrir sempre, por mais triste que possa estar se sentindo por dentro. Ao menos tente. Não perca o estímulo de viver. Faça da existência um belo e feliz estágio de aprendizado na Terra. Despeje um balde de água no lado da amargura.” Valdemir Barbosa
É que a porra do escritor deve estar de curtição com a cara de quem comprou o livro dele e se arrependeu, mas então paro e penso que talvez ele tenha razão, talvez somente eu posso mudar tudo aquilo que me deixou pra baixo o suficiente para ler auto ajuda. Paradoxo,não?! Pois, é nesses livros que encontro a razão para que algo esteja dando errado: eu! A razão para que alguém não me ame o suficiente: eu! Então, depois de ver que estou agindo completamente errado e estou me sentindo ainda mais pra baixo, procuro 'logicamente' a bíblia! Que me diz:
“Vinde a mim, vós todos que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, a aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo leve.” (Mateus, 11:28a30)
E sinto o peso de não ser Cristo, nem manso e nem humilde de coração e que além de possivelmente não ir para o céu ainda me deixa num estado mais deplorável, ainda que perseverante de que haja algum tipo de alivio depois de um pai nosso e três ave Maria.
E depois de muito procurar conforto numa ajuda que não é auto, é de terceiros, me apego aos dizeres de Caio Fernando Abreu:
“Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido”.
Ou seja, se está no inferno, não procure Paulo Coelho ou Içami Tiba, apenas abrace o capeta, ele saberá exatamente pelo que se está passando!
Darlie Azevedo&Thaís Helena